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    Américo Martins
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    Américo Martins

    Especialista em jornalismo internacional e fascinado pelo mundo desde sempre, foi diretor da BBC de Londres e VP de Conteúdo da CNN; já visitou mais de 70 países

    Análise: Rússia usa mísseis poderosos para mandar recado ao Ocidente

    Ucranianos acusaram Moscou de ter usado míssil balístico intercontinental pela primeira vez na guerra, além de míssil hipersônico Kinzhal e mísseis de cruzeiro Kh-101, em ataque a Dnipro

    A Rússia está criando uma forte escalada da guerra na Ucrânia, ampliando ataques e utilizando armas poderosas para provocar e mandar claros recados à aliança ocidental que apoia o governo do presidente Volodymyr Zelensky.

    Os ucranianos acusaram Moscou de lançar nesta quinta-feira (21), pela primeira vez na guerra, um míssil balístico intercontinental contra alvos na cidade de Dnipro.

    O Kremlin se recusou a confirmar a informação, mas sabe-se que, no mesmo ataque, foram utilizados também um míssil hipersônico Kinzhal e mísseis de cruzeiro Kh-101.

    O aumento dos ataques contra várias cidades ucranianas e o eventual uso de mísseis poderosos como esses são uma clara retaliação ao disparo, pela Ucrânia, de pelo menos dois mísseis estratégicos de médio alcance fornecidos pelos Estados Unidos e pelo Reino Unido contra alvos dentro do território russo e longe da linha de frente.

    Caso o ataque com um míssil intercontinental seja confirmado, vai ficar claro que se trata também de uma forma de o presidente Vladimir Putin ameaçar mais uma vez o Ocidente.

    Afinal de contas, não seria estritamente necessário o uso de um míssil intercontinental, que pode atingir alvos a mais de 6 mil quilômetros de distância, para atacar a Ucrânia.

    Seu uso seria uma lembrança de que a Rússia tem um vasto arsenal militar, com armas capazes de atingir não apenas qualquer ponto do território ucraniano, mas também as capitais de qualquer país europeu e muitas cidades dos Estados Unidos.

    Também é uma forma lateral de ampliar as ameaças retóricas de possível uso de armas nucleares contra a Ucrânia – uma bravata utilizada várias vezes por Moscou desde o início do conflito.

    Tanto os mísseis intercontinentais como os Kinzhal podem carregar tanto ogivas convencionais como nucleares. Mas não há nenhuma sugestão de que qualquer ataque contra a Ucrânia tenha sido nuclear.

    Um míssil balístico intercontinental (ICBM) é uma arma de longo alcance que é disparada no espaço e então libera uma ou mais ogivas que reentra na atmosfera para cair sobre seus alvos.

    Considera-se que os ICBMs tenham um alcance mínimo de 5.500 quilômetros, mas algumas versões podem ir muito mais longe, alcançando mais de 9 mil quilômetros, de acordo com o Centro de Controle de Armas e Não Proliferação.

    O Kinzhal é uma das mais novas armas do arsenal russo, capaz de alterar sua rota durante o voo.

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