Biden e Trump veem a China como competidor e potencial inimigo, diz especialista ao WW
Professor Carlos Gustavo Poggio analisa as diferenças e semelhanças nas abordagens dos líderes americanos em relação à China
A relação entre Estados Unidos e China permanece tensa, independentemente de quem ocupa a Casa Branca, segundo análise do professor Carlos Gustavo Poggio, especialista em Ciência Política do Berea College. Durante entrevista ao WW da CNN, Poggio destacou que tanto o atual presidente Joe Biden quanto o ex-presidente Donald Trump consideram a China um importante competidor e potencial inimigo.
De acordo com o especialista, apesar das diferenças significativas em várias áreas políticas entre Biden e Trump, a abordagem em relação à China é um dos poucos temas em que se observa certo bipartidarismo nos Estados Unidos atualmente.
Diferenças na abordagem
Poggio ressaltou que, embora ambos os líderes vejam a China como um rival, existem nuances em suas abordagens. “A diferença é que Joe Biden e os democratas, além da questão econômica, adicionam a questão de valores, direitos humanos, democracia, etc. Para Trump, esses elementos de valores não são importantes, o Trump é, na verdade, um admirador do Xi Jinping, mas um crítico da China do ponto de vista econômico”, afirma o especialista.
O professor alertou que as políticas de Trump, se implementadas novamente, poderiam inadvertidamente abrir mais espaço para a influência chinesa na América Latina. Ele citou como exemplo a saída dos EUA do Acordo de Parceria Transpacífico durante o governo Trump, que acabou criando um vácuo preenchido pela China.
Impactos na América Latina
A análise de Poggio sugere que a política de tarifas elevadas de Trump poderia levar a uma retração dos países latino-americanos em relação aos EUA, potencialmente abrindo mais espaço para a China na região. O especialista lembrou que a China já é o principal parceiro comercial de vários países da América do Sul, incluindo Brasil e Peru.
“É possível que as políticas do Trump acabem dando ainda mais espaço para a China atuar no Brasil, na América Latina e em outras regiões”, concluiu Poggio, que destacou a complexidade das relações geopolíticas e econômicas entre estas potências e seu impacto global.
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