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    Síndrome do domingo à noite: entenda o que é e como superar

    Termo é usado para descrever sensações que incluem ansiedade, tristeza, angústia e apreensão em relação às tarefas da nova semana

    Gabriela Maraccinida CNN

    Você já ouviu falar em síndrome do domingo à noite? Esse é um termo informal usado para descrever um conjunto de sensações que incluem ansiedade, tristeza, angústia ou apreensão em relação ao final do domingo e o início da nova semana.

    Apesar de não existir, oficialmente, tal síndrome em manuais de diagnóstico médico, o termo pode ser usado para se referir aos sintomas ansiosos causados pela forma como uma pessoa lida com sua rotina, estilo de vida e estado psicológico atual, de acordo com Fernando Diogo Padovan, professor do curso de Psicologia da Faculdade Santa Marcelina.

    “Trata-se de sintomas que muitas pessoas experimentam no final do domingo, tendo como pano de fundo a perspectiva de ter que voltar à rotina da semana, geralmente em antecipação a obrigações de trabalho ou de estudo que começam na segunda-feira”, explica o especialista à CNN.

    Entre os sintomas mais comuns associados a síndrome do domingo à noite, estão:

    • Preocupação com responsabilidades da semana seguinte;
    • Sensação de que o fim de semana passou muito rápido ou de que não foi aproveitado o suficiente;
    • Estresse com prazos ou compromissos futuros;
    • Dificuldade em relaxar e aproveitar o fim do domingo;
    • Sentimentos de tristeza associados ao propósito das atividades laborais, de estudo ou quaisquer outras que demandem esforço durante a semana.

    Além disso, o professor acrescenta que a ansiedade e angústia sentidas no domingo à noite podem influenciar negativamente no sono. “Buscar iniciar a preparação de uma ‘boa noite de sono’ com antecedência pode evitar uma noite mal dormida”, afirma.

    O que costuma causar a síndrome do domingo à noite?

    De acordo com Padovan, a síndrome do domingo à noite, apesar de não ser, de fato, uma patologia, pode estar relacionada a alguns fatores. Um deles é a rotina exaustiva.

    “Pessoas que têm uma rotina intensa de segunda a sexta-feira ou, até mesmo, durante o sábado e o próprio domingo, sem muito espaço para descanso ou lazer, podem sentir a pressão no domingo”, explica o professor.

    Além disso, ambientes de trabalho tóxicos ou mal equilibrados, com grande pressão, acúmulo de demandas e pouco incentivo, pode intensificar a ansiedade sobre o retorno à rotina.

    “A sensação de estagnação, a percepção de que o trabalho ou os estudos não são significativos, ou estimulantes, pode tornar a volta à rotina algo pesado e desmotivador”, explica Padovan. “Muitos experimentam climas opressores em seus ambientes de trabalho, estudos ou afazeres semanais. A falta de bons relacionamentos [no trabalho] pode causar muito desconforto”, acrescenta.

    O que fazer para superar a síndrome do domingo à noite?

    Para superar a síndrome do domingo à noite, é preciso, primeiro, entender o que causou esse conjunto de sentimentos.

    “Somente compreendendo como tal situação se estabeleceu, seus contextos e demandas associadas, é possível adotar medidas e estratégias mais saudáveis de enfrentamento desse sentimento. Psicoterapia é essencial para ter clareza sobre como se chegou a esse estado e como adotar medidas a fim de contorná-lo”, orienta Padovan.

    Em paralelo à psicoterapia, é importante realizar tarefas que dão prazer, como hobbies e atividades físicas — claro, sem comprometer o descanso do final de semana.

    Desconectar-se dos meios digitais e das redes sociais também é um passo importante para reduzir a ansiedade e a apreensão, se possível. Junto a isso, vale tentar planejar com antecedência a próxima semana, sem que a noite de domingo seja sobrecarregada com essa tarefa.

    “Apesar de não ser reconhecida como uma patologia pela comunidade científica, sua presença deve ser um alerta para a busca por acompanhamento profissional, já que é um indicativo de desconforto psicológico frente as atividades rotineiras e um desequilíbrio nas atividades que prejudicam a qualidade de vida”, ressalta Padovan.

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