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    Trump escolhe Robert F. Kennedy Jr. para ser secretário de Saúde em novo governo

    Nome aumenta a lista de escolhas provocativas de Trump, cujos processos de confirmação testarão a lealdade dos republicanos do Senado

    Kaitlan CollinsKristen HolmesAaron Pellishda CNN

    O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump escolheu Robert F. Kennedy Jr. para ser seu próximo secretário do Departamento de Saúde e Serviços Humanos (HHS, na sigla em inglês).

    Esse é um nome que aumenta a lista de escolhas provocativas de Trump, cujos processos de confirmação testarão a lealdade dos republicanos do Senado.

    Quando Donald Trump tomará posse como presidente dos Estados Unidos?

    Trump publicou o anúncio em suas redes sociais.

    “Estou emocionado em anunciar Robert F. Kennedy Jr. como Secretário de Saúde e Serviços Humanos. Por muito tempo, os americanos foram esmagados pelo complexo industrial de alimentos e empresas farmacêuticas que se envolveram em engano, desinformação e desinformação quando se trata de Saúde Pública”, escreveu no X.

    A decisão é notável, considerando que apenas alguns dias antes da eleição, o copresidente da equipe de transição de Trump, Howard Lutnick, disse à CNN que Kennedy não comandaria o HHS.

    “Ele não estaria no comando do HHS?”, foi perguntado a ele no programa “The Source with Kaitlan Collins”. “Não”, disse Lutnick, “claro que não”.

    Essa resposta desencadeou um alvoroço interno na órbita de Trump, com o presidente eleito deixando claro a Kennedy que ele tomaria as decisões finais.

    Kennedy é um dos mais proeminentes teóricos da conspiração antivacina do país há anos e frequentemente espalha falsas teorias da conspiração sobre a segurança e eficácia das vacinas.

    Robert F. Kennedy Jr. suspende candidatura à Presidência dos EUA e apoia Trump. • Reuters

    Ele lançou sua própria candidatura presidencial no ano passado – primeiro como um desafiante democrata ao presidente Joe Biden, depois como um independente – focado principalmente em reverter “a epidemia de doenças crônicas”.

    Ele propôs inúmeras políticas destinadas a revisar a segurança alimentar e as diretrizes ambientais, promover medicamentos holísticos e reestruturar o financiamento público para pesquisa de vacinas.

    Nos últimos dias da campanha de Kennedy, ele se encontrou com Trump em várias ocasiões, nas quais os dois discutiram a possibilidade de ele apoiar Trump em troca de um papel em seu governo.

    Kennedy suspendeu sua campanha em agosto e apoiou Trump no mesmo dia.

    Em outubro, Trump sugeriu que Kennedy supervisionaria uma pasta de saúde pública ao discursar em um comício no Madison Square Garden, na cidade de Nova York, dizendo ao público que deixaria Kennedy “enlouquecer com a saúde”, “enlouquecer com a comida” e “enlouquecer com os medicamentos” se fosse reeleito.

    Desde o dia da eleição, Kennedy prometeu tomar medidas importantes para reformular as diretrizes de saúde pública do país.

    Na semana passada, Kennedy começaria “imediatamente” a estudar a segurança e eficácia das vacinas, mas prometeu não “tirar as vacinas de ninguém”.

    Ele também se comprometeu a recomendar formalmente que estados e municípios removessem o flúor da água pública.

    Kennedy também sugeriu uma rotatividade significativa de funcionários em agências de saúde pública. Ele disse em uma entrevista à MSNBC que cortaria funcionários nos “departamentos de nutrição” da Food and Drug Administration (FDA), a Anvisa dos EUA.

    Em uma entrevista à NPR News após a eleição, Kennedy expôs suas áreas de foco no governo Trump.

    “O presidente Trump me deu três instruções”, disse Kennedy. “Ele quer a corrupção e os conflitos fora das agências reguladoras. Ele quer devolver as agências ao padrão ouro, empiricamente baseado, com base em evidências, ciência e medicina pelas quais elas já foram famosas. E ele quer acabar com a epidemia de doenças crônicas com impactos mensuráveis ​​em uma diminuição de doenças crônicas dentro de dois anos.”

    Quem é RFK Jr.?

    Com 70 anos, ele é filho do ex-senador de Nova York, procurador-geral dos EUA e candidato presidencial assassinado em 1968, Robert F. Kennedy, e sobrinho do falecido presidente americano John F. Kennedy.

    Kennedy Jr. é um cético de vacinas de longa data – apesar de rejeitar o rótulo “antivacina”.

    O histórico antivacina dele foi amplamente documentado. Ele há muito tempo vem promovendo a alegação repetidamente desmascarada de que há uma ligação entre vacinas infantis e autismo.

    Entre outras coisas, ele também deturpou o conteúdo das vacinas, alegando falsamente que há evidências convincentes de que a gripe espanhola e o HIV se originaram da pesquisa de vacinas e repetidamente divulgou informações erradas sobre as vacinas da Covid-19.

    Ele fundou a organização antivacina Children’s Health Defense.

    Robert F. Kennedy Jr. em evento do Mês da Herança Hispânica no Wilshire Ebell Theatre em 15 de setembro de 2023 em Los Angeles, Califórnia • Mario Tama/Getty Images

    Em 2019, três membros de sua família – sua irmã Kathleen Kennedy Townsend, irmão Joseph P. Kennedy II e sobrinha Maeve Kennedy McKean – denunciaram vigorosamente suas opiniões antivacinas em um artigo de opinião da Politico Magazine, argumentando que ele era “parte de uma campanha de desinformação que está tendo consequências dolorosas e mortais”.

    Em 2022, Kennedy Jr. evocou a Alemanha nazista em um discurso antivacina no Lincoln Memorial em Washington, DC – ele criticou os lockdowns argumentando que “mesmo na Alemanha de Hitler, você poderia cruzar os alpes até a Suíça”. No ano anterior, o Instagram derrubou sua conta “por compartilhar repetidamente alegações desmentidas sobre o coronavírus ou vacinas”.

    Em 2023, ele também alegou que a Covid-19 era “etnicamente direcionada” para poupar judeus asquenazes e chineses. RFK Jr. disse posteriormente que seus comentários “certamente não eram antissemitas”.

    Ele também já disse falsamente que as vacinas contra hepatite B estão “causando mais problemas do que resolvendo” e declarou ser contra a obrigatoriedade de vacinação de crianças em idade escolar “para quaisquer vacinas”.

    Quando apresentado a uma entrevista anterior na qual ele disse que “não há vacina que seja segura e eficaz”, Kennedy argumentou que seus comentários tinham a intenção de defender uma maior pesquisa de vacinas, ao mesmo tempo em que admitiu que sua observação anterior foi “um mau uso de palavras”.

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