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    Com 400 mulheres na bateria, bloco afro Ilú Obá De Min completa 20 anos

    Ilú abre o carnaval paulista festejando a cultura negra e a ancestralidade, além de debater pautas como a violência contra negros e o empoderamento de mulheres negras.

    Guilherme Jeronymoda Agência Brasil

    O bloco afro paulista Ilú Obá De Min completou 20 anos de atuação na quinta-feira (7). A agremiação, que conta com uma bateria de 400 mulheres, atua com elementos do que definem como um “ecossistema afrocentrado” para valorizar a presença negra e feminina nas artes públicas.

    O Ilú abre o carnaval paulista há duas décadas com cortejos nos quais conduz a multidão pelas ruas do centro da cidade, festejando elementos da cultura negra afroamericana, da ancestralidade e trazendo para o debate pautas como a violência contra negros e a importância do empoderamento de mulheres negras.

    Em nota, a fundadora Beth Beli comemora o fruto da mobilização coletiva, ao afirmar que “Olhar para trás e ver o que construímos ao longo desses 20 anos é compreender que estamos sempre em movimento, revisitando as histórias das nossas ancestrais, unindo as nossas próprias narrativas, para que assim, a gente construa novas histórias”.

    “O Ilú Obá De Min é grandioso e não somente por trazer as nossas narrativas pretas, mas principalmente por ter um mar de pessoas que fazem que o Ilú Obá de Min seja este grande ecossistema de educação, arte e cultura negra”, continua o texto.

    “Temos muito que comemorar, penso e observo que no mundo ainda não existiu um trabalho que una cerca de 400 mulheres negras soando seus tambores para quem ainda insiste em ‘dormir’. E se depender de todas nós, continuaremos festejando as nossas conquistas e nosso bem viver.”

    Beli e Mafalda Pequenino assinam espetáculo comemorativo da data, no qual “destaca a importância das mulheres negras na trajetória do bloco e na cultura brasileira, apresentando performances que resgatam ritmos e tradições afro-diaspóricas”.

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    O bloco divulga também o enredo para o cortejo da festa de momo no próximo ano. Com o tema “Girlei Luiza Miranda — Tambores Sempre Tambores”, vão cantar a trajetória da cantora e percussionista, uma de suas fundadoras.

    A participação na folia será ao som dos tambores, xequerês e agogôs. Os dançarinos e pernaltas sairão em marcha pelas ruas do centro de São Paulo na sexta-feira (28 de fevereiro) e no domingo de Carnaval (2 de março).

    *Com colaboração de Joana Cortês, repórter da Rádio Nacional.

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