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    Thais Herédia
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    Thais Herédia

    Passou pelos principais canais de jornalismo do país. Foi assessora de imprensa do Banco Central e do Grupo Carrefour. Eleita em 2023 a Jornalista Mais Admirada na categoria Economia do Jornalistas & Cia.

    CNN Brasil Money

    Análise: Lula de um lado, Haddad e BC do outro

    O presidente afirmou que o pacote não está concluído e que ainda faltam discussões “muito sérias” a serem feitas

    A quarta-feira (6) caminhava para terminar com clima de alívio no mercado financeiro brasileiro. O dólar caiu, na contramão do que aconteceu no exterior com a eleição de Donald Trump.

    O Copom subiu os juros como esperado, para 11,25%, e deu recado mais duro sobre política fiscal; e o ministro Fernando Haddad sinalizou que as medidas estavam bem encaminhadas.

    Até que surgiram as falas de Lula na entrevista que deu à RedeTV. O presidente afirmou que o pacote não está concluído e que ainda faltam discussões “muito sérias” a serem feitas. E emendou:

    “Nós temos que analisar o seguinte: se eu fizer um corte de gasto, para diminuir a capacidade de investimento do orçamento, a pergunta que eu faço é a seguinte: o Congresso vai aceitar reduzir as emendas de deputados e senadores para contribuir com o ajuste fiscal que eu vou fazer? Porque não é só tirar do orçamento do governo”, disse.

    Não deu tempo para o mercado repercutir a surpresa, porque os negócios já estavam terminando. Mas a fala de Lula foi suficiente para contratar uma piora dos ativos na abertura de quinta-feira (7).“Câmbio volta a subir. Essa demora para soltar o pacote e essa fala (de Lula) assusta o que pode vir”, disse Sérgio Vale, economista-chefe da MB Associados.

    Um gestor experiente da Faria Lima chamou as declarações de Lula de “presepada”, mas acredita que ainda há algum espaço para dúvida. “Foi uma presepada do presidente, mas como ninguém escreve em pedra o que o Lula fala, podemos dar um desconto sobre o efeito”, disse.

    No início da noite, o ministro Haddad falou rapidamente com a imprensa e deu a entender que o anúncio das medidas pode acontecer nesta quinta. Ele chamou de “detalhes protocolares” o que faltaria acertar com Lula. E confirmou que o governo vai enviar ao Congresso uma PEC e um projeto de lei complementar.

    O ruído está instalado novamente com presidente falando uma coisa, Haddad outra. E completando o trio que faz preço no mercado, o BC aumentou a pressão sobre pacote fiscal pedindo “apresentação e execução” de medidas “estruturais” no Orçamento federal.

    Enquanto não ficar claro de que lado Lula vai ficar, o Brasil vai chacoalhar com as incertezas locais e externas. Quanto antes Haddad conseguir apresentar as medidas, menos ruim.

    Até porque o tempo de executá-las está atrasado e já cobra um preço alto do país.

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