Eleições nos EUA: vídeo falso criado por russos foi propagado por “fábrica de fake news”
Conteúdo publicado no antigo Twitter mostrava suposta fraude eleitoral no Arizona
O serviço de inteligência dos Estados Unidos identificou que um vídeo falso denunciando supostas fraudes eleitorais no Arizona foi feito por russos e propagados por uma “fábrica de fake news” –ou “fábrica de trolls”, também ficou conhecida. Esse mecanismo foi utilizado durante a eleição presidencial dos Estados Unidos em 2016.
Segundo as investigações, atores de influência russos “fabricaram e amplificaram um vídeo recente que falsamente retratou uma entrevista com um indivíduo alegando fraude eleitoral no Arizona, que envolveu a criação de cédulas estrangeiras falsas e a alteração de listas de eleitores para favorecer a vice-presidente Kamala Harris”, disse o FBI.
O vídeo foi criado e propagado pela Foundation to Battle Injustice, conhecida como R-FBI. O grupo, que se autodenomina uma organização de “direitos humanos”, foi o foco de uma investigação da CNN publicada na semana passada sobre os esforços russos para semear desinformação sobre o processo eleitoral dos EUA.
O vídeo encenado foi compartilhado no X pela chefe do R-FBI, Mira Terada, e parece ter sido visto pelo menos 236 mil vezes antes de ser removido.
Ele mostra Terada conduzindo uma entrevista falsa com um suposto denunciante que é descrito como “um ex-assessor” do Secretário de Estado do Arizona, Adrian Fontes. O indivíduo –cujo rosto está borrado e cuja voz parece ser gerada por IA, de acordo com a ferramenta de detecção de deepfake TrueMedia — alega fraude eleitoral no Arizona.
A CNN entrou em contato com o R-FBI e Terada para comentar, mas não obteve retorno.
A investigação da CNN com pesquisadores do Media Forensics Hub da Clemson University descobriu que o R-FBI tem ligações com uma rede de desinformação russa conhecida como Storm-1516, que tem mirado cada vez mais na eleição presidencial dos EUA de 2024.
A conta de Terada no X foi mostrada como suspensa na segunda-feira à noite. A CNN entrou em contato com X para comentar e aguarda posicionamento.