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    Clarissa Oliveira
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    Clarissa Oliveira

    Viveu seis anos em Brasília. Foi repórter, editora, colunista e diretora em grandes redações, como Folha, Estadão, iG, Band e Veja

    PT aceitou vaga no TCU, mas queria mais em troca do apoio a Motta

    Parte da legenda resistiu, até o último minuto, para antecipar apoio ao deputado do Republicanos

    A candidatura de Hugo Motta (Republicanos) à Presidência da Câmara teve, ontem (31), um dia de festa. Depois de assegurar o apoio explícito do atual presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), ainda amarrou o endosso de diversas legendas. Mas nem todos ali saíram totalmente satisfeitos. A premissa vale, em especial, para o PT do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

    O sinal verde de Lula foi fundamental para sacramentar o endosso, dizem líderes da legenda. Até porque, na bancada petista, muitos parlamentares resistiram, até o último minuto, em antecipar o apoio.

    O PT saiu da negociação com a promessa de que indicará o ocupante da próxima vaga no Tribunal de Contas da União (TCU), e ocupará a Primeira-Secretaria, que funciona como uma espécie de prefeitura da Câmara dos Deputados, conferindo influência e cargos na máquina legislativa. Ainda assim, o PT saiu desse diálogo torcendo o nariz. O partido, dizem líderes da sigla nas conversas reservadas, achava que esse apoio valia mais.

    Não são poucos os relatos de deputados petistas, nas conversas reservadas, apontando que a bancada deveria ter esperado. Primeiro, porque a vaga do TCU não é uma garantia absoluta – depende de votação secreta. E o PT já saiu derrotado desse tipo de votação no passado. A Primeira-Secretaria, esta sim, traz um capital importante ao PT. Mas parlamentares lembram que a reivindicação, nesse caso, é amplamente respaldada pelo tamanho da bancada petista, pelo critério da proporcionalidade.

    Para líderes ouvidos pela CNN, o governo sacrificou, mais uma vez, o partido, em nome da mais importante reivindicação feita na negociação com Hugo Motta: a governabilidade para o presidente Lula. Um compromisso que, na visão dos deputados, também está longe de estar garantido.

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