Vírus Marburg: veja quais vacinas estão em desenvolvimento
Atualmente, não há vacina disponível para a doença, mas diversas candidatas estão em fases de teste e desenvolvimento
Cientistas correm contra o tempo para desenvolver e testar vacinas e tratamentos eficazes contra o vírus Marburg, um patógeno da mesma família do Ebola que causa febre hemorrágica e que está causando surto em Ruanda.
Atualmente, não há vacina nem tratamento disponível para a doença do vírus Marburg. Por isso, a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) é que as pessoas que apresentem sintomas semelhantes aos da doença procurem atendimento precoce para tratamento de suporte que pode melhorar a sobrevida do paciente.
No entanto, já existem algumas vacinas candidatas em desenvolvimento, de acordo com a OMS. Em comunicado divulgado à imprensa, a organização afirma que está trabalhando em parceria com o governo da Ruanda para fornecer informações e acesso às vacinas e terapias candidatas ao Murburg, para serem testadas em ensaios clínicos. O Ministério da Saúde da Ruanda já indicou dois pesquisadores experientes para liderar os ensaios.
Planos de testes já tinham sido elaborados após um surto do vírus Marburg em 2023, na Guiné Equatorial – na época, o país registrou 12 mortes, entre 17 casos confirmados e outros 23 casos prováveis de morte. No entanto, nenhum medicamento experimental foi testado durante o surto.
Em entrevista à Nature, Ira Longini, bioestatístico da Universidade da Flórida em Gainesville e membro do consórcio de vacinas contra o vírus de Marburg (MARVAC), da OMS, disse que, se o surto de Ruanda continuar, o plano é testar pelo menos uma vacina em uma estratégia chamada “vacinação em anel”. A abordagem envolve imunizar pessoas próximas que tiveram contato com uma pessoa infectada e mostrou eficácia de uma vacina contra o Ebola na Guiné durante o surto na África Ocidental de 2014.
Vacinas em desenvolvimento
Diversas vacinas já estão em diferentes fases de desenvolvimento para prevenir o vírus Marburg. Uma delas é o imunizante do Sabin Vaccine Institute, que lançou um ensaio clínico de fase 2 para seu imunizante em outubro de 2023. Segundo comunicado divulgado pelo instituto, voluntários saudáveis receberam uma dose única da vacina no Makerere University Walter Reed Project (MUWRP) em Kampala, Uganda.
Em estudos de fase 1, a vacina experimental da Sabin foi considerada promissora em estudos clínicos e não clínicos de fase 1, com resultados que indicam sua segurança e respostas imunológicas rápidas e robustas.
Em março de 2023, a Iniciativa Internacional de Vacinação contra a Aids (IAVI, na sigla em inglês) anunciou que a Autoridade de Pesquisa e Desenvolvimento Biomédico Avançado (BARDA), parte da Administração para Preparação e Resposta Estratégica do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos, financiou o desenvolvimento e os testes adicionais de vacina de dose única da IAVI contra o vírus Marburg e vírus Ebola.
Segundo comunicado, as vacinas da IAVI são baseadas no mesmo vetor recombinante do vírus da estomatite vesicular (rVSV) usado na ERVEBO, imunizante contra o Ebola da Merck, registrada para uso em vários países africanos.
Mais recentemente, pesquisadores da Universidade de Oxford anunciaram o primeiro teste em humanos para sua vacina ChAdOx1 Marburg. Segundo comunicado, 46 pessoas com idades entre 18 e 55 anos participarão do estudo, que será liderado pelo Oxford Vaccine Group.
“Este teste de Oxford é um primeiro passo para desenvolver uma vacina segura e eficaz para proteger as pessoas de futuros surtos”, afirma Teresa Lambe OBE, principal pesquisadora científica do estudo e professora de vacinologia no Oxford Vaccine Group e no Pandemic Sciences Institute da Universidade de Oxford, no comunicado.
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