“EUA vão revidar”, afirma professor sobre escalada de tensão entre Irã e Israel
Professor de Relações Internacionais afirma que retaliação pode atingir programa nuclear do Irã, após ofensiva com mísseis balísticos contra Israel
O ataque do Irã contra Israel marca uma escalada significativa nas tensões no Oriente Médio, segundo avaliação do professor Vitelio Brustolin, pesquisador de Harvard e especialista em Relações Internacionais.
Em entrevista ao CNN 360°, Brustolin destacou a gravidade da ofensiva iraniana e suas possíveis consequências.
De acordo com o especialista, o ataque recente difere substancialmente do ocorrido em abril.
“Dessa vez o Irã não avisou, começou o ataque com mísseis balísticos, que levam 12 minutos para sair do território iraniano e alvejar o território israelense”, explicou Brustolin, ressaltando a rapidez e a surpresa da ação.
Motivações do ataque
O professor apontou que a ofensiva iraniana não se tratava apenas de uma vingança, mas de uma resposta a eventos recentes.
“Foi uma resposta à morte do Ismail Haniyeh, líder do Hamas em território iraniano e também uma resposta ao ataque que Israel faz contra o Hezbollah, que é um braço do Irã”, afirmou.
Brustolin também destacou a relação próxima entre o Irã e o Hezbollah, mencionando que o Irã transfere anualmente cerca de US$ 700 milhões para a organização, além de fornecer armamentos.
Expectativa de retaliação
O especialista prevê uma resposta conjunta de Israel e Estados Unidos ao ataque iraniano. “Israel vai revidar e não só Israel, os Estados Unidos também vão revidar”, afirmou Brustolin.
Ele mencionou a presença de forças militares americanas na região, incluindo o porta-aviões Abraham Lincoln, equipado com caças F-35 capazes de atingir instalações nucleares iranianas.
“Nesse momento Israel e os Estados Unidos com certeza planejam uma resposta ao Irã e essa resposta muito provavelmente irá atingir o programa nuclear iraniano”, concluiu o professor, indicando a possibilidade de uma ação militar significativa contra alvos estratégicos no Irã.