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    Lula fala em fechar acordo entre Mercosul e UE neste ano “se Deus quiser”

    Presidente participou da abertura de seminário com empresários mexicanos e brasileiros na Cidade do México

    Emilly Behnkeda CNN , Brasília

    O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse, nesta segunda-feira (30), acreditar na conclusão, até o fim do ano, do acordo entre Mercosul e União Europeia (UE).

    O chefe do Executivo falou sobre o assunto em evento com empresários mexicanos e brasileiros no México.

    Quero dizer para os companheiros empresários mexicanos: ainda este ano, se Deus quiser, nós vamos fechar o acordo Mercosul e União Europeia. Está pronto. E o Brasil está pronto para assinar esse acordo para ninguém nunca mais falar que é a América do Sul que não quer

    Luiz Inácio Lula da Silva

    O acordo entre o Mercosul e o bloco europeu é tratado há mais de 20 anos. As negociações foram travadas devido às preocupações europeias com as salvaguardas ambientais e às queixas do bloco comercial sul-americano de que essas questões são motivadas pelo protecionismo.

    Lula afirmou que o acordo pode também ser estendido para a América Latina. “O mundo está precisando disso. A economia está um pouco atrofiada no mundo inteiro e nós temos mercado para isso”, declarou.

    “Sem cisma”

    No evento, Lula fez diversos apelos para que os empresários mexicanos e brasileiros intensifiquem negociações “sem cisma” e ampliem as relações comerciais.

    Também afirmou que os dois países precisam firmar novos acordos com “equilíbrio”.

    O presidente participou da abertura do seminário empresarial México-Brasil. O chefe do Executivo viajou para o México no domingo (29) para participar da posse da nova presidente do país, Claudia Sheinbaum, além de encontros bilaterais e com empresários.

    Lula recebeu, no evento, um conjunto de propostas e recomendações elaboradas pelo Conselho Empresarial Brasil-México (Cebramex).

    Fluxo comercial

    Neste ano, Brasil e México completam 190 anos de relações diplomáticas entre si.

    As trocas comerciais entre os dois países somaram R$ 14,1 bilhões em 2023. Juntos, os dois países representam cerca de 65% do Produto Interno Bruto (PIB) latino-americano.

    No evento, o presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), Jorge Viana, também defendeu que novos acordos sejam firmados entre Brasil e México. Segundo ele, a maior parte das parcerias firmadas foram feitas ainda no primeiro mandato de Lula, de 2003 a 2006, há mais de 20 anos.

    Ele destacou o fluxo de comércio entre os os dois países, em especial em relação aos setores automotivo, industrial de modo geral e agronegócio.

    “Desde o início do terceiro mandato do presidente Lula, o México anunciou US$ 8,2 bilhões (cerca de R$ 44,7 bilhões) de investimentos no Brasil”, disse Viana. “Isso é mais do que tudo que foi investido nos últimos dez anos”.

    Para ele, como as duas maiores economias da América Latina, os dois países têm o potencial de ajudar os negócios regionais e ajudar países vizinhos.

    O encontro empresarial reuniu representantes do setor público e privado dos dois países. O fórum empresarial é promovido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), pela ApexBrasil e pelo Conselho Empresarial Mexicano de Comércio Exterior, Investimento e Tecnologia (Comce), com apoio do Ministério das Relações Exteriores do Brasil.

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