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    Justiça do RJ decreta prisão de filho de João Gilberto por acusações contra ex-mulher

    Decreto da prisão foi confirmado pela defesa de João que atualmente reside nos Estados Unidos; ele afirma estar sem ver e ter notícias da filha desde 2019

    Dayres Vitoriada CNN*

    João Marcelo Gilberto, filho de João Gilberto, falecido cantor e compositor brasileiro, teve a prisão decretada pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro depois de acusar a ex mulher, Adriana Magalhães, de ter sequestrado a filha do ex-casal. Atualmente, João Marcelo, que é produtor musical, reside nos Estados Unidos.

    A decisão, aprovada pela Justiça do Rio, foi confirmada à CNN pela defesa dele, a advogada Deborah Sztajnberg. O decreto da prisão consiste em acusações realizadas por João contra a ex-esposa com quem tem uma filha nascida nos Estados Unidos. Por meio de uma rede social, João Marcelo vem realizando publicações onde alega que Adriana teria sequestrado a criança.

    Neste sábado (28), após ter ciência do pedido de prisão, usou suas redes sociais para se manifestar sobre o caso:

    “… sua mãe está mentindo sobre seu pai. Ele ama-te. Por favor, saibam isto. Vou postar em outros lugares, porque a mãe de vocês está lutando pra excluir essa página, porque ela fala a verdade. Eu encorajo as pessoas a compartilhar isso. Amo minhas filhas”, declarou o produtor.

    João também criou um domínio na internet dedicado à denúncia. Ele afirma estar sem notícias da filha e sem a ver desde 2019.

    Em nota, a defesa dele diz que pedido de prisão faz parte de uma vingança da mãe da menina e deve ser considerado ineficiente. Além disso, João, mesmo com a prisão decretada, não irá preso, segundo a defesa que garantiu que irá recorrer da decisão.

    “Este pedido, além de inócuo, faz parte de uma vingança da mãe da criança, que é ré num processo na justiça federal brasileira por sequestro internacional da filha. Também é ré num processo criminal perante a justiça americana acusada pelo mesmo crime”, comunicou a defesa.

    A advogada também afirma que existiria um parecer do Ministério Público alegando que João apenas relata fatos verídicos sobre a ex-mulher nas redes.

    Em nota, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro informou que por se tratar de um processo que corre sob segredo de justiça, não pode fornecer mais detalhes sobre o caso neste momento.

    A CNN aguarda retorno do Ministério Público do Rio de Janeiro para mais informações sobre o caso.

    Acusações contra a ex-mulher

    Por meio de uma rede social, João Marcelo fez inúmeras publicações na internet afirmando que Adriana teria sequestrado a criança em 2019.

    “Adriana começou cedo com a exploração da nossa família. Tudo começou com a publicação de fotos íntimas do meu pai. Quando Adriana percebeu que não poderia me explorar, e João e Astrud tinham ido embora, ela sequestrou a a menina para o Rio e começou a explorar a menina.”, diz um dos comentários publicados.

    Em outra acusação, o produtor musical faz um pedido público na rede: “Por favor, compartilhe, esta não é uma disputa de custódia. Adriana é acusada de crime grave e está fugitiva da justiça. Ajude a trazer a neta de João Gilberto de volta para a família”, escreve ele.

    Em 10 de junho deste ano, João escreveu em uma rede: “João Gilberto (descanse em paz) nasceu no dia 10 de junho, há 93 anos. Ele ficaria horrorizado ao saber que sua neta foi sequestrada de seu único filho.”

    Em uma das últimas publicações realizadas  por ele neste ano, no dia dos irmãos, comemorado em 5 de setembro, ele declarou que as netas de João Gilberto, sua filhas, deveriam estar juntas e que estariam separadas por contra do sequestro. Além da criança, João também é pai de Katryna Elise.

    Em nota, a defesa de Adriana Magalhães afirmou que a prisão de João se deu por “sucessivos descumprimentos de ordens judiciais. Leia na íntegra. 

    “Foi divulgado na imprensa nessa sexta feira, 27 de outubro de 2024, a decretação da prisão preventiva do Sr. João Marcelo Weinert de Oliveira, ex marido da Sra. Adriana Magalhães Hoineff, nossa cliente, ambos pais da criança Sofia. Tal se deu por sucessivos descumprimentos de ordens judiciais por parte do Sr. João Marcelo, como amplamente divulgado, que simplesmente ignora todas as determinações do judiciário brasileiro. A disputa sobre a custódia da criança segue os ritos da Convenção de Haia, da qual o Brasil é signatário, sendo certo que a maioria dos feitos tramita em segredo de justiça e o judiciário brasileiro é o competente para debater a matéria, tanto que o Sr. João Marcelo, originalmente, utilizou-se dessa via para suas aventuras jurídicas, não obtendo sucesso, partindo então para o processo nos Estados Unidos da América.

    Inexiste qualquer ordem coercitiva imposta em face da Sra. Adriana Magalhães, por qualquer jurisdição que seja, por outro lado, há diversas ordens de abstenção descumpridas pelo Sr. João Marcelo, bem como alimentos que também não são por ele adimplidos, além de lhe estar garantida, também por decisão judicial em ação proposta pela Sra. Adriana Magalhães, o direito de visitas do pai.

    Mais especificamente, no tocante às notícias falsas que vem sendo divulgadas, inicialmente pelas redes sociais e agora pela imprensa em geral, a imagem difundida é um mero formulário preenchido pelo Sr. João Marcelo ao juízo de New Jersey ao tentar dar início a um procedimento lá naquela cidade Norte Americana, ladeada por uma imagem da palavra “wanted” (Procurado), querendo insinuar falsamente a existência de uma ordem judicial em face de Adriana, o que, reiteramos, é absolutamente falso.
    No decorrer dos processos restarão provadas as alegações da Sra. Adriana Magalhães Hoineff, sem afetar os direitos do Sr. João Marcelo, inerentes a sua condição de pai, sempre tendo presente que o objetivo maior é o bem-estar da criança”.

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