Ataques israelenses no Líbano matam 51 pessoas e ferem 223 nesta quarta, diz ministro
Líderes mundiais expressaram preocupação de que o conflito — que ocorre paralelamente à guerra em Gaza — esteja se intensificando rapidamente
Israel lançou mais ataques aéreos no Líbano, nesta quarta-feira (25), e matou 51 pessoas, segundo o ministro da Saúde libanês. Outras 223 ficaram feridas.
“Até agora, há 51 mártires e 223 feridos nos vários ataques de hoje em Al-Muaisira, Jounieh, Baalbek-Hermel e áreas do sul”, disse Firass Abyad a repórteres.
“Grandes ondas” de pessoas foram deslocadas pelo Líbano, ainda segundo a autoridade, incluindo pacientes de hospitais que estavam passando por diálise no sul do Líbano e no vale de Bekaa.
O governo fornecerá medicamentos e “fórmula infantil” para aqueles que precisem, acrescentou o ministro.
Ataque contra o Mossad
O Hezbollah, que é apoiado pelo Irã, disse em um comunicado que havia disparado um míssil na manhã de quarta contra a sede do Mossad “em apoio ao nosso firme povo palestino na Faixa de Gaza e em defesa do Líbano e seu povo”.
O Exército israelense disse que um único míssil foi interceptado por sistemas de defesa aérea após ser detectado cruzando do Líbano. O porta-voz Nadav Shoshani disse que não podia confirmar qual era o alvo do Hezbollah quando ele disparou o míssil de uma vila no Líbano.
“O resultado foi um míssil pesado, indo em direção a Tel Aviv, em direção a áreas civis em Tel Aviv. A sede do Mossad não fica naquela área”, ele disse.
Sirenes de alerta soaram em Tel Aviv e em outros lugares no centro de Israel, mas não houve relatos de danos ou vítimas.
O ataque foi a primeira vez desde o início da guerra que um míssil do Hezbollah foi registrado sobre Tel Aviv, geralmente considerado um alvo com potencial para desencadear uma forte escalada na ação israelense.
O Hezbollah culpou o Mossad pelo recente assassinato de seus líderes.
O grupo também acusou a agência de espionagem de realizar uma operação extraordinária na semana passada, na qual os dispositivos de comunicação dos membros do Hezbollah foram adulterados e explodiram, matando 39 pessoas e ferindo quase 3 mil. Israel não confirmou nem negou o envolvimento.
Preocupação internacional
Mais cedo, o Hezbollah alegou ter atacado a sede da agência de espionagem Mossad, em Tel Aviv, o centro econômico de Israel. Um míssil foi interceptado na área.
Enquanto isso, líderes mundiais expressaram preocupação de que o conflito — que ocorre paralelamente à guerra em Gaza — esteja se intensificando rapidamente à medida que o número de mortos no Líbano aumenta.
O Exército israelense realizou seus ataques aéreos mais pesados em um ano de conflito nesta semana, mirando líderes do Hezbollah e atingindo centenas de locais no interior do Líbano, enquanto o grupo libanês disparava barragens de foguetes contra Israel.
Não houve trégua nesta quarta-feira (25). Israel disse que seus aviões de guerra estavam realizando ataques extensivos no sul do Líbano e no Vale do Bekaa, um reduto do Hezbollah.
O papa Francisco chamou os ataques de Israel de uma “terrível escalada” do conflito no Oriente Médio.
O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, e o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, disseram que a escalada dos conflitos entre Israel e o Hezbollah estava levando a região ao limite.
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Ataque na região da Galileia
Autoridades israelenses disseram que a região da Galileia, no norte de Israel, foi atingida por fortes bombardeios do Hezbollah na manhã desta quarta-feira.
Em uma leva, cerca de 40 foguetes foram disparados. Alguns foram interceptados no ar, outros atingiram áreas abertas ou penetraram defesas aéreas em áreas povoadas, eles disseram.
Na cidade israelense de Safed, uma casa de repouso foi atingida, mas não houve feridos, disseram as autoridades.
Trocas de tiros quase diárias na área da fronteira entre Israel e Líbano começaram depois que a guerra começou em outubro passado entre Israel e o grupo militante palestino Hamas na Faixa de Gaza, na fronteira sul de Israel, com o Hezbollah dizendo que estava agindo em solidariedade ao seu aliado Hamas.
O foco de Israel agora se voltou para sua fronteira norte e sul do Líbano.
Meio milhão de deslocados
Estima-se que meio milhão de pessoas tenham sido deslocadas no Líbano, disse o Ministro das Relações Exteriores Abdallah Bou Habib. Em Beirute, milhares de pessoas que fugiram do sul do Líbano estavam abrigadas em escolas e outros prédios.
Tropas israelenses vêm treinando há meses para uma possível operação terrestre dentro do Líbano, com o objetivo de proteger sua fronteira norte e permitir que milhares de moradores israelenses que fugiram por segurança retornem às suas comunidades, uma das principais prioridades de guerra do governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.
*com informações da Reuters